terça-feira, 24 de novembro de 2009

Chove chuva,

mostra o tamanho (e a força) da minha decepção.

Um número

10, 20, 43, 55, 61.

Números.
E eu nunca gostei deles mesmo. Nunca gostei de medidas, cálculos, classificações.
Eu vivo bem sem.

De repente, um número define toda a sua trajetória. De repente, esse número te da vontade de contar quandos dias você leu tudo aquilo, quantas horas você tentou fazer aquelas contas, quantos fins de semana você disse "não" pra vida, quantos momentos você perdeu.
As pessoas que te abandonaram porque não te entenderam, as pessoas que ficaram, mas doídas porque não queriam te ver assim e as pessoas que foram embora e você perdeu a chance de vê-las cinco, seis vezes. Uma certa quantidade que eu poderia ter visto...

Orgulho todo foi embora.

A pressão interna, a voz interior, as preces à noite, as folhas na parede...

Os desgraçados que fizeram muito menos do que você.

A vida socio-econômica-emocional perfeita. A paz dentro de casa, nenhuma preocupação, apenas faça de tudo para conseguir o seu número...
Não foi como funcionou aqui dentro.
Funcionaram choros, desistências, lutas, forças ligeiramente aplicadas, a fé que acendia numa chama envergonhada. Pra um número.

Um número que talvez se traduza para novecentos.
Com algum desconto, talvez.

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terça-feira, 17 de novembro de 2009

in memorian

Fechou os olhos, fechou a vida, cerrou os olhos de quem viu.
Cerrou e chorou. Tampou com as mãos, implorou pela volta.
Sem avisar, sem dizer nada. Fechou.
Fechou a tampa de onde agora era apenas o corpo sem vida. Era apenas o corpo, a representação.
A vida se fechou.

Fechou.

Fechou o céu.
As nuvens avançaram.
O céu se fez testemunha.

Deus chorou.




(em memória da Avó Catarina)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Por não ter o que dizer

Poucas coisas em que segurar
De costas não se importar
O desconforto que os faz tão mal
Não há prestígio que passe do chão

PRAZER EM SER DIFERENTE DE VOCÊ!