domingo, 27 de dezembro de 2009

milnovecentosedoismilenove

Esse ano uma pessoa me surpreendeu muito. mais do que eu poderia imaginar.
foi além e ultrapassou limites que estavam longes dos outros limites que ela conseguia ultrapassar.
Essa pessoa estava mais perto de mim. Um quase dentro, um intenso e profundo relacionamento que me assustava e ao mesmo tempo me contagiava. Feliz por estar encontrando com ela todos os segundos, surpresa por cada coisa que eu aprendia e inconformada com alguns erros.

Cheguei a conclusão que não existia nada de sórdido e sim uma sensatez comum de coisas que podem parecer gigantes para outros.

Vi que tinha muita beleza no olhar. Na forma de olhar as coisas.
foi preciso algumas tragédias para entender isso...

Não foi preciso alcançar os principais objetivos para sentir a força que existia nela. E foi lindo olhar para ela entendendo que coisas acontecem ao seu tempo e, ao mesmo tempo, as situações vão exigir mais dos limites que ela ultrapassou.

é lindo ver a intuição que ela tem pra isso.
e a simplicidade.
que adquiriu. não sozinha mas ainda com seus olhos.

pretendo ajuda-la todos os dias e forçar sua mente a funcionar à favor das boas coisas.
Não deixar que a arrogância seja dominante
e que seja paciente com o redor.

Afinal, por mais tempo que nós nos conhecemos
é agora que ela começa a se sentar em algum espaço nesse mundo.
meio definida mas em construção.








Bárbara Rodrigues Ariola,
prazer em conhece-la!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Lição 1

Jamais subestimar alguém.
por mais ridícula que seja sua missão.

...ou melhor:
Jamais se vangloriar.
por mais gigante que seja seu esforço.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

How you doin, BROWN eyes?

De longe pode se equiparar com uma história minha. Aliás, não se pode dizer que dezessete anos tem tantos valores quanto setenta, oitenta anos.
Porém, são histórias que podemos tirar uma pequena lasquinha para poder ter a base de nossa história. Na aprendizagem e na beleza. Beleza que não é superficial, beleza que só alguns olhos enxergam e, mais lindo ainda, de formas diferentes.
Parar de tentar ser alguém, comparar-se a quem admiramos pra poder ser melhor e, sim, buscar a nós mesmo, explorar o que temos dentro de nós, parar de achar que só o meio corrompe. Valor.
Assim, escrever, viver, existir: à nossa maneira.


Sem mais delongas,

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

As perdas, memórias

Eu apago a luz, encosto a porta e corro pra debaixo das cobertas. mesmo quando não está frio. pelo menos um lençol...eu tenho uma coisa com o escuro.
não é medo. mas eu tenho ideias de coisas paranormais e fico com mais medo das minhas ideias do que do escuro.
As vezes deixo a luz do corredor acesa pra quando minha mãe subir pro quarto. Mas ela já estava no quarto.
Foi tão dificil fechar o olho. Normalmente fecharia o olho rápido por conta do tal medo. Mas ficou aberto e não vinha nada pra fechar o olho e nem pra me trazer o sono. Não foi difícil o pensamento chegar até ela. Depois até eles.

Primeiro pensei no espectro do conto de Hamlet. Aparecesse para me orientar alguma coisa, com alguma fumaça, como no filme. Mas isso me dava medo demais e então eu imaginei o rosto dela sorrindo. De repente não foi muito difícil escutar a voz dela e a sua risada. eu temi por um dia esquecer dessa voz. Lembrei das mãos dela, lembrei dela comendo doces (era o que mais gostava nessa vida!), lembrei do óculos e as blusas que sempre pareciam ser de algum tecido como lã, malha ou tricô.
Lembrei não. Passava na minha cabeça como lembranças, como um filme. Flashs.
porque eu senti a mão dela nos meus cachos de quando eu tinha dois anos. eu não lembro disso mas eu senti. As mãos dela eram sempre evidentes no pensamento.
As vezes penso no lugar onde ela está fisicamente. É um lugar alto, onde eu senti o céu muito próximo. Não foi enterrada, foi colocada dentro de uma espécie de cubículo só que mais comprido, retangular. Nesse dia choveu. Pingos fortes me acertaram e eu disse que eram lágrimas de Deus.

Eu já estava chorando, chorando muito.
a ideia de que a vida vai levar todas as pessoas embora é complicada.

Logo pensei nele. Escutei a voz dele.
lembrei quando passávamos no seu trabalho, lá num posto de abastacimento de viaturas da polícia. Um DP perto do center norte. Fazia plantão.
Ele sempre me oferecia guaraná.
oferecia confete, às vezes. eu aceitava.
Pude ver a sua estatura. Era menor do que eu. eu via seu sorriso. ele não sorria sempre, era alguma coisa nos dentes que o fazia mais ou menos "ranger" dando a impressão que estava sorrindo. Mas era bonito ver o sorriso (ou imaginar que era um!).
me senti ruim por demorar um pouco mais de um ano pra esse sentimento vir à tona. antes eu chorei pelo sofrimento do meu pai e por vê-lo partir...agora a dor da sua ausência realmente me tomava.

Chorava muito, por dentro, por fora, com os olhos (que se mantinham abertos), com a alma, o corpo todo, físico e metafísico.
não dava pra parar.
e o natal? e o tutu-de-feijão do natal? eu nunca comia no almoço, só requentado nos outros dias, porque desde 2000 eu almoço o dia 25 com meu pai.
eu via meu vô chorando no dia que ela foi. eu imaginava a área da casa do interior, Três Barras, seria triste e desolada, quando o sol batia forte e fazia silêncio. Da pra pedir pra fazer doce-de-leite pra gente comer com queijo? Não.

Eu devia ter ido mesmo no hospital ver os últimos dias dele? Eu não fui, até hoje não sei se devo me culpar por isso...
a vontade de abraça-los é tão absurda.
Dói.
E meus olhos ainda não conseguem se fechar e nem parar de chorar, a pupila se acostuma com o escuro e não é tão dificil de enxergar.

Por fim, eu falei pra Deus.
"se pudessemos pedir para adiar a ida de todo mundo, pediríamos e adiaríamos pra sempre."
e dormi.

(não usei a palavra nenhuma vez no meio
mas

acho que da pra ficar bem claro que no meio disso, ou melhor, em tudo isso existe AMOR).

sábado, 5 de dezembro de 2009

Além

A vida é muito mais do que aprendizado. Do que estar dentro de limites. Do que ficar aprisionado num cubículo. Talvez seja realmente importante dar a última palavra importante em momentos importantes. Talvez eu deveria mesmo ter ousado. Eu preciso mesmo ouvir que tudo que nós precisamos é amor e nós precisamos lembra-los, senão o tiro do fuzil sai muito mais fácil do que um a, um m, um o e um r.
É isso mesmo que faz as pessoas tão amargas. Quando o sangue nas veias só correm por necessidade de estar estaticamente vivo e nada mais além de vivo, apenas vivendo. O coração só pulsa porque é a função dele e não por qualquer outra emoção condicionada ao ser.

Já dizia Drummond:
"Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor."

O que é uma pequena flor em tempos de guerra? O que é amor em meios de jogos de orgulho? Nós sabemos que a flor está ali mas é preciso nota-la. Nós sabemos que o amor está ali mas é preciso demonstra-lo.
Os meus olhos estão fechados mas uma vez você disse que consegue ver as coisas mesmo assim. Olha. Eu deixo. Eu aceito. Eu almejo.

Eu amo.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Achei que tinha acabado mas você sempre volta.
eu nunca sei o que fazer. eu não deixo te amar e suas atitudes...ah.