domingo, 27 de dezembro de 2009

milnovecentosedoismilenove

Esse ano uma pessoa me surpreendeu muito. mais do que eu poderia imaginar.
foi além e ultrapassou limites que estavam longes dos outros limites que ela conseguia ultrapassar.
Essa pessoa estava mais perto de mim. Um quase dentro, um intenso e profundo relacionamento que me assustava e ao mesmo tempo me contagiava. Feliz por estar encontrando com ela todos os segundos, surpresa por cada coisa que eu aprendia e inconformada com alguns erros.

Cheguei a conclusão que não existia nada de sórdido e sim uma sensatez comum de coisas que podem parecer gigantes para outros.

Vi que tinha muita beleza no olhar. Na forma de olhar as coisas.
foi preciso algumas tragédias para entender isso...

Não foi preciso alcançar os principais objetivos para sentir a força que existia nela. E foi lindo olhar para ela entendendo que coisas acontecem ao seu tempo e, ao mesmo tempo, as situações vão exigir mais dos limites que ela ultrapassou.

é lindo ver a intuição que ela tem pra isso.
e a simplicidade.
que adquiriu. não sozinha mas ainda com seus olhos.

pretendo ajuda-la todos os dias e forçar sua mente a funcionar à favor das boas coisas.
Não deixar que a arrogância seja dominante
e que seja paciente com o redor.

Afinal, por mais tempo que nós nos conhecemos
é agora que ela começa a se sentar em algum espaço nesse mundo.
meio definida mas em construção.








Bárbara Rodrigues Ariola,
prazer em conhece-la!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Lição 1

Jamais subestimar alguém.
por mais ridícula que seja sua missão.

...ou melhor:
Jamais se vangloriar.
por mais gigante que seja seu esforço.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

How you doin, BROWN eyes?

De longe pode se equiparar com uma história minha. Aliás, não se pode dizer que dezessete anos tem tantos valores quanto setenta, oitenta anos.
Porém, são histórias que podemos tirar uma pequena lasquinha para poder ter a base de nossa história. Na aprendizagem e na beleza. Beleza que não é superficial, beleza que só alguns olhos enxergam e, mais lindo ainda, de formas diferentes.
Parar de tentar ser alguém, comparar-se a quem admiramos pra poder ser melhor e, sim, buscar a nós mesmo, explorar o que temos dentro de nós, parar de achar que só o meio corrompe. Valor.
Assim, escrever, viver, existir: à nossa maneira.


Sem mais delongas,

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

As perdas, memórias

Eu apago a luz, encosto a porta e corro pra debaixo das cobertas. mesmo quando não está frio. pelo menos um lençol...eu tenho uma coisa com o escuro.
não é medo. mas eu tenho ideias de coisas paranormais e fico com mais medo das minhas ideias do que do escuro.
As vezes deixo a luz do corredor acesa pra quando minha mãe subir pro quarto. Mas ela já estava no quarto.
Foi tão dificil fechar o olho. Normalmente fecharia o olho rápido por conta do tal medo. Mas ficou aberto e não vinha nada pra fechar o olho e nem pra me trazer o sono. Não foi difícil o pensamento chegar até ela. Depois até eles.

Primeiro pensei no espectro do conto de Hamlet. Aparecesse para me orientar alguma coisa, com alguma fumaça, como no filme. Mas isso me dava medo demais e então eu imaginei o rosto dela sorrindo. De repente não foi muito difícil escutar a voz dela e a sua risada. eu temi por um dia esquecer dessa voz. Lembrei das mãos dela, lembrei dela comendo doces (era o que mais gostava nessa vida!), lembrei do óculos e as blusas que sempre pareciam ser de algum tecido como lã, malha ou tricô.
Lembrei não. Passava na minha cabeça como lembranças, como um filme. Flashs.
porque eu senti a mão dela nos meus cachos de quando eu tinha dois anos. eu não lembro disso mas eu senti. As mãos dela eram sempre evidentes no pensamento.
As vezes penso no lugar onde ela está fisicamente. É um lugar alto, onde eu senti o céu muito próximo. Não foi enterrada, foi colocada dentro de uma espécie de cubículo só que mais comprido, retangular. Nesse dia choveu. Pingos fortes me acertaram e eu disse que eram lágrimas de Deus.

Eu já estava chorando, chorando muito.
a ideia de que a vida vai levar todas as pessoas embora é complicada.

Logo pensei nele. Escutei a voz dele.
lembrei quando passávamos no seu trabalho, lá num posto de abastacimento de viaturas da polícia. Um DP perto do center norte. Fazia plantão.
Ele sempre me oferecia guaraná.
oferecia confete, às vezes. eu aceitava.
Pude ver a sua estatura. Era menor do que eu. eu via seu sorriso. ele não sorria sempre, era alguma coisa nos dentes que o fazia mais ou menos "ranger" dando a impressão que estava sorrindo. Mas era bonito ver o sorriso (ou imaginar que era um!).
me senti ruim por demorar um pouco mais de um ano pra esse sentimento vir à tona. antes eu chorei pelo sofrimento do meu pai e por vê-lo partir...agora a dor da sua ausência realmente me tomava.

Chorava muito, por dentro, por fora, com os olhos (que se mantinham abertos), com a alma, o corpo todo, físico e metafísico.
não dava pra parar.
e o natal? e o tutu-de-feijão do natal? eu nunca comia no almoço, só requentado nos outros dias, porque desde 2000 eu almoço o dia 25 com meu pai.
eu via meu vô chorando no dia que ela foi. eu imaginava a área da casa do interior, Três Barras, seria triste e desolada, quando o sol batia forte e fazia silêncio. Da pra pedir pra fazer doce-de-leite pra gente comer com queijo? Não.

Eu devia ter ido mesmo no hospital ver os últimos dias dele? Eu não fui, até hoje não sei se devo me culpar por isso...
a vontade de abraça-los é tão absurda.
Dói.
E meus olhos ainda não conseguem se fechar e nem parar de chorar, a pupila se acostuma com o escuro e não é tão dificil de enxergar.

Por fim, eu falei pra Deus.
"se pudessemos pedir para adiar a ida de todo mundo, pediríamos e adiaríamos pra sempre."
e dormi.

(não usei a palavra nenhuma vez no meio
mas

acho que da pra ficar bem claro que no meio disso, ou melhor, em tudo isso existe AMOR).

sábado, 5 de dezembro de 2009

Além

A vida é muito mais do que aprendizado. Do que estar dentro de limites. Do que ficar aprisionado num cubículo. Talvez seja realmente importante dar a última palavra importante em momentos importantes. Talvez eu deveria mesmo ter ousado. Eu preciso mesmo ouvir que tudo que nós precisamos é amor e nós precisamos lembra-los, senão o tiro do fuzil sai muito mais fácil do que um a, um m, um o e um r.
É isso mesmo que faz as pessoas tão amargas. Quando o sangue nas veias só correm por necessidade de estar estaticamente vivo e nada mais além de vivo, apenas vivendo. O coração só pulsa porque é a função dele e não por qualquer outra emoção condicionada ao ser.

Já dizia Drummond:
"Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor."

O que é uma pequena flor em tempos de guerra? O que é amor em meios de jogos de orgulho? Nós sabemos que a flor está ali mas é preciso nota-la. Nós sabemos que o amor está ali mas é preciso demonstra-lo.
Os meus olhos estão fechados mas uma vez você disse que consegue ver as coisas mesmo assim. Olha. Eu deixo. Eu aceito. Eu almejo.

Eu amo.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Achei que tinha acabado mas você sempre volta.
eu nunca sei o que fazer. eu não deixo te amar e suas atitudes...ah.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Chove chuva,

mostra o tamanho (e a força) da minha decepção.

Um número

10, 20, 43, 55, 61.

Números.
E eu nunca gostei deles mesmo. Nunca gostei de medidas, cálculos, classificações.
Eu vivo bem sem.

De repente, um número define toda a sua trajetória. De repente, esse número te da vontade de contar quandos dias você leu tudo aquilo, quantas horas você tentou fazer aquelas contas, quantos fins de semana você disse "não" pra vida, quantos momentos você perdeu.
As pessoas que te abandonaram porque não te entenderam, as pessoas que ficaram, mas doídas porque não queriam te ver assim e as pessoas que foram embora e você perdeu a chance de vê-las cinco, seis vezes. Uma certa quantidade que eu poderia ter visto...

Orgulho todo foi embora.

A pressão interna, a voz interior, as preces à noite, as folhas na parede...

Os desgraçados que fizeram muito menos do que você.

A vida socio-econômica-emocional perfeita. A paz dentro de casa, nenhuma preocupação, apenas faça de tudo para conseguir o seu número...
Não foi como funcionou aqui dentro.
Funcionaram choros, desistências, lutas, forças ligeiramente aplicadas, a fé que acendia numa chama envergonhada. Pra um número.

Um número que talvez se traduza para novecentos.
Com algum desconto, talvez.

.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

in memorian

Fechou os olhos, fechou a vida, cerrou os olhos de quem viu.
Cerrou e chorou. Tampou com as mãos, implorou pela volta.
Sem avisar, sem dizer nada. Fechou.
Fechou a tampa de onde agora era apenas o corpo sem vida. Era apenas o corpo, a representação.
A vida se fechou.

Fechou.

Fechou o céu.
As nuvens avançaram.
O céu se fez testemunha.

Deus chorou.




(em memória da Avó Catarina)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Por não ter o que dizer

Poucas coisas em que segurar
De costas não se importar
O desconforto que os faz tão mal
Não há prestígio que passe do chão

PRAZER EM SER DIFERENTE DE VOCÊ!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Eu não vou me impedir de realizar o que quero.

sábado, 24 de outubro de 2009

Nem tudo é o que parece ser



O filme O Sorriso de Monalisa além de exibir uma das maiores estrelas do cinema e ter um caráter de filme em meio-termo "popular", tem uma temática absurdamente interessante.
Mostra como influências da mídia, sociedade e até seus antepassados, podem passar por cima das próprias vontades e a própria personalidade. Não percebemos, mas a liberdade de expressão atual, por exclusivo entre mulheres, avançou mais do que nunca ou, por que não?, até demais.
O American Way of Life vivido antes da crise de 29 e, depois da recuperação, nos anos 50, mostrava uma espécie de maquete, uma manual da vida perfeita: Mulheres que deveriam ser estudiosas no colégio, se portarem com educação, etiqueta, sobreviver a todos os imprevistos que tendem a frustração, após a escola com uma vasto conhecimento finalmente...se casar! E passar o resto de suas vidas cuidando da família e marido. A família perfeita, crianças saudáveis, estudiosas e coradas, maridos trabalhadores, apaixonados e maduros. E, claro, a mulher sempre feliz por ter deixado seus conhecimentos nos corredores do colégio.
Quem não segue a risca, não tem bons olhos. É a rejeitada, a que não recebeu a proposta de casamento e ficou para "titia". Ou senão, a promíscua, que nada mais era a mulher com pensamentos progressistas e que pensava que casamento não é tudo, carreira é importante e amores podem ser encontrados ao longo da vida.

E a intenção mais importante da personagem principal do filme é abrir a cabeça dessas mulheres, não se prenderem aos padrões que são impostos, ver além, ver o mundo, observar um quadro como se observa um pequeno brotão abrindo e ao mesmo tempo uma grande onda no mar bravo.
Abrir fronteiras.

Tudo isso me fez um paralelo com a atual escola em que estudo.
Você é a sua nota. A sua colocação.
Não existe vida inteligente fora das universidades mais conceituadas, a inteligência depende do seu desempenho, independente de qual talento você tenha guardado.
E se meu futuro estiver em um ateliê em que eu venda obras de artes por aí? Ou se meu potencial está guardado e não depende de onde estudo para que eu obtenha sucesso?
Claro que, pelo menos em mim, existe a gana de estar em boas faculdades (o que parece que estou me contradizendo) mas isso não deve ser um rótulo para todos os estudantes do mundo. Há tantas mentes brilhantes por aí! E há tantos filhinhos de papai que só estão nas boas escolas por pressão familiar, onde no fim o único resultado é o diploma pendurado na parede.

Isso está dito.

Tudo que é dito é para "levantar a moral" mas vemos o quanto o esforço de alguns é apenas para garantir sua aparência naquele pequeno mundinho de 4, 5 andares.
O quanto as coisas são relativas. Seu esforço para uns é admirável e dentro do pequeno mundo nunca é o bastante.

De longe critico a didática, de longe reclamo por estar naquele lugar, pelo contrário, agradeço por ter essa oportunidade.
Mas não vamos negar, não vamos ser hipócritas, não vamos deixar de reparar que a lista dos melhores alunos da segunda série é sustentar essa imagem.

Existem fronteiras que podem ser quebradas, basta enxergar um milímetro além. Não é tirar o pé daquela escola e sim do que sua cabeça projeta como padrão.
Existem cérebros muito mais inteligentes do que os próprios donos pensam.

O cérebro que é um mistério.
Quem garante? Quem sabe o que se passa?

Assim como o sorriso de Monalisa.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Quente e Literária

Não sei porque muitas vezes insisti em uma personalidade fria. Fria e calculista. E, na maior parte das vezes, não entendo porque muitas pessoas buscam isso.
Na escola somos forçados muitas vezes a racionalizar, fazer da lógica uma linha de pensamento, onde algumas pessoas não tem sucesso. De certa forma, a escola mostra o que é realmente nosso.
Não sei mesmo.
Eu quis fazer o pensamento seco ser uma ideologia, eu era imbatível, uma fortaleza de gelo. Mal eu sabia que criava o próprio fogo para derreter a fortaleza.
Eu tenho meios de interpretação e meus olhos observadores passam longe da frieza calculista. Não me apego mas gosto dos detalhes, das pequenas coisas, das grandes coisas que fazem parte de algo maior ainda.
Meu mal-humor é algo ainda pra se analisar, interpretar.

Não mantenho a cabeça fechada.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Quando toca Tim

Quanto toca Tim, toca Tun.
Não importa aonde, nem quando. É transcendental e meu corpo vai para outra área. Muitas áreas.
A de um dia da semana à noite, na meia luz do quarto onde dirigia-se, pelas primeiras vezes, o amor. Que até então era gostar. Onde só havia pele, essência e corações batendo. Onde a novidade sempre é nova.
A área de um sábado de madrugada, praça pública na cidade, pessoas, pessoas e pessoas. Aperto, cheiro incessante da droga verde, músicas cantadas por todas as vozes. O corpo só pedia aproximação de uma dança, o brilho dos olhos, mesmo que o pé esteja doendo, mesmo que esbarre mais alguém. O coração sabe onde está, ele bate frente a um peito que dança junto, transcende e hipnotiza, ama e sai de órbita.
A órbita feliz.

Quando toca Tim, toca Tun.
E quem fizer uso, quem dizer em vão, eu não estarei olhando, eu me transportarei para a boca que canta perto do meu ouvido e sorri com felicidade, faz pequena marca no rosto.
Porque eu correlaciono com facilidade e seu pensamento vem rápido na memória.
Quando toca Tim, toca Tun.
Eu lembro dos toques, do sentimento entorpecido que nunca acaba e tem beleza, eu faço uma oração e peço que nunca saia de mim. Nunca saia de nós.
Eu juro em nome do Tim, do Tun, que serei exclusivamente a sua menina (pensa que não vai ser possível?) e sua pessoa é eternamente gravada nesses nomes, com mais ninguém, mais nada, coisa nossa.
Jamais desvirtuará o sagrado.






"Toda vez que eu olho
Toda vez que eu chamo
Toda vez que eu penso
Em lhe dar
Ah! Ah!...O meu amor."

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Tia Jandira

De idade, não menos que 50 nem mais que 60. Podia ser encontrada no corredor, banheiros ou encostada na parede conversando com as outras tias. Uniforme sempre azul, cabelo preso, pele amorenada. Seu rosto já tinha marcas de experiência, pequena, um tanto gorda e simpática. Aquele tipo de pessoa que a gente sempre vê, não dá muita importância mas simpatiza. Porque também tinha simpatia na Tia Jandira, acho que já a vi sorrir e sempre foi educada. Já pegou papel de secar a mão pra mim quando acabou.
Uma vez, indo pra biblioteca, a vimos de roupa cotidiana.
"Olha a Tia Jandira sem uniforme! Achou que ela acabou de chegar!"
Pessoa que a gente olha e sabe que a vida foi confinada ali. Após muitos anos, muitas coisas ou quase nada, restou ser servente de uma escola para garantir o dinheiro de cada mês. Olhar todos os dias para as promessas do futuro (ou não) que não aconteceu à ela.
Não se sabe da família, vida pessoal, do que gosta de comer e o que gosta de fazer. Sabe-se que passa uma máquina engraçada no chão, redonda e que gira, deixa o chão brilhando, que eu vim a descobrir que é uma enceradeira e que é uma peça muito antiga (me parecia moderna). Sabe-se que depois do surto da Gripe H1N1, ela sempre vinha com o álcool em gel na mão pra limpar as fechaduras, os bebedouros e os vidros, a cada intervalo.
Uma vez fechou a porta para limpar o vidro e o professor disse "tem que deixar aberta!". Foi engraçado.
Sabe-se que almoçava marmita na cozinha da escola. Sabe-se que sempre encontrava, sempre estava ali, não se sabe nada sobre a vida, mas sabe que nunca sairá dos corredores de qualquer andar que seja.
A não ser na Segunda-feira, em que fora anunciado: "Sabe a Tia Jandira? Servente que ficava aqui...ela veio sábado e domingo não precisou vir. Avisaram hoje, ela morreu."
Não se sabe a vida, não se sabe de nada, não se encontra mais em lugar algum.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Vai acontecer uma coisa no céu e nossos olhos vão brilhar. A gente pode estar conversando, quietos ou emburrados. As mãos estarão dadas (sempre estão), e o céu vai pedir pra gente olhar pra cima. Fica quieto e vê alguma movimentação. Corações enlaçados olhando pro mesmo lugar, o estonteante acontecimento no céu!
Vi duas vezes o fim desse mundo nos meus sonhos. Um deles, eu ficava preocupada porque o mundo ia acabar, eu estava sem ele e não conseguia ligar.
Nunca dá pra ligar! O fim do mundo não deixou!
Mas o fim não existe pra nós. O que foi dito é concreto e é pra sempre. É o que se quer, e o que se quer é pra sempre.

Se um dia algo incrível acontecer no céu
eu vou querer olhar pro seu rosto brilhar, seus olhos atentos procurando entender e sua boca meio aberta, chocada e estática.
Tudo vai girar, ninguém vai entender, abaixo do céu vai parar. Tudo!
A gente vai sorrir!
Porque tudo parou e tem tempo pra largar as mãos e colocar as minhas em volta sua cintura e as suas no meu ombro.
Abraço.
Minha cabeça não bate exatamente no seu queixo mas eu posso te abraçar e, nem por isso, o abraço não se encaixa. Ô se encaixa! Parece até que alguém fabricou!
Será que fabricou?
Esse dia, o céu vai contar.

Do abraço, a boca aberta eu vou querer sentir.
O rosto iluminado eu vou pedir pro céu, o céu brilhante, para ver todos os dias.
E os olhos atentos, eu vou pedir pra olhar pra mim.
Repara em mim do mesmo jeito? Algo absurdamente belo acontece no céu, mas também acontece em mim. Não sei falar direito do que é mas eu sei que quando eu olho, olho você, tudo aquece e esfria, acelera e acalma e fica bom, nunca fica ruim, sua mão tocando meu dedo é suficiente pra eu sorrir.
Olha pra mim.
Meu brilho sai e envolve sua silhueta. Seu olho fica brilhando!
Eu fico feliz.

então o céu nos surpreende,
e aí eu amo você.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Monetário Inimigo

Com oito anos de idade. Eu disse oito. Eu já pensava: "será que daqui 10 anos tudo isso passa?"
porque é chato. Ligar pro pai, pedir dinheiro, se pedir, ele reclama. Diz que só serve pra isso, que tem cara de banco. Se eu não pedir, a mãe reclama e diz que eu não sei exigir o que é meu, o que eu posso.
Nem sei o que me pertence, vou saber se a conta bancária do meu pai me pertence?
Cortou o coração quando vi 100 reais gastos com o cachorro. Regulando. Eu faria maravilhas com 100 reais. Minha mãe faria.
Eu vivo bem. Enche o saco ficar enlouquecendo quando se precisa pegar ônibus, almoçar pra ficar a tarde na escola e não tem dinheiro. Aí pego do que é meu.
Mas eu vivo bem.
A gente sempre se vira.
Se vira com a pensão, a família é de duas pessoas e temos nossos luxos. Coisa simples, coisa que faz bem. Valeu aí, tá? A gente tá bem aqui.
Se um dia a gente foi família, sei lá cara, eu não sou apegada a seu dinheiro não. É que na hora que a coisa engasga e minha mãe diz não, eu tenho que apelar pro pai.
Porque eu nunca pensei em pedir dinheiro no farol ou me prostituir, sabe?
Desculpa o sarcasmo.
Mas enche o saco, boy. Enche muito.
Eu não quero dinheiro pra comprar bala, nem nunca fui daquelas adolescentes que fazem birra por um tênis de 500 pilas. Nunca pedi um celular novo, nunca pedi essas tecnologias, sei lá, eu só quero pagar as contas, pegar os ônibus que eu preciso, pagar os vestibulares, fazer a engrenagem funcionar pra um dia eu parar de usar o seu dinheiro.
(eu juro que não sei a quem estou me dirigindo. Não sei direito, na verdade).
No fim, fica todo mundo bem. Comida não falta, lugar pra dormir também não. Papel higiênico sempre teve e saneamento básico. A gente tem casa, por mais que queiram tirar a gente daqui. Ah é. Assim como a pensão tem prazo pra acabar, vamos sair daqui, baby. Pra onde? sei lá. Quem tá arrancando quem daqui, eu não sei direito, talvez eu vá pra uma cidade pequena idiota em que a casa do prefeito sai a preço de banana. Viu, menina? Só sucesso. Podemos sair de Itaquera e parar na puta que paril. ooooh, eu estava sendo educada até agora. Chega.
Fico nervosa demais como dinheiro é uma causa de discussão na minha vida. Logo eu que nem ligo! Não acredito nisso, é tão supérfulo.
Olha, apesar das palavras, eu to numa tranquila. Muito mesmo e, caso isso seja grosseiro, aconselho olhar com olhos de função fática.
Até eu dizer que consigo ficar sozinha nisso.
é
aí deixa eu comigo mesma.


Pra ela, ele é um desgraçado que montou uma nova família.
Pra ele, ela é uma louca desiquilibrada.
Pra mim, são meus pais que deveriam se comportar como pais.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Quem me vê de longe já sabe que você está pintado no meu rosto. De cores fortes, bonitas e encantadoras.
E dá pra ver essas cores saindo do rosto e tornando-se físicas, porque tudo aqui é real.
É o sentimento que eu toco e a textura que eu sinto.

É respiração fluindo, de quando se inspira o ar no nariz, o estômago enche de cóceguinhas.
E quando solta, são os sorrisos brotando.

Talvez minha face mais corada seja porque meu coração está batendo mais forte.
é a pulsação que o arrepio em te ver, nem que seja nos meus pensamentos, sobe e circula por todo corpo, deixando cor de amor.

Não é apenas paixão.
eu vejo pureza e inteligência num gesto singelo, como quando temos a mão um do outro quando se deita e se olha.

Falar mal do amor é fácil, difícil é não se render quando acontece.

Amor não se confunde.
Quando existe, existe.
somos livres.

e amantes.
pulsação.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Abstrato, vulgo mentira

Não pude evitar minha epifania em meio a aula em concordar com o heterônimo de Fernando Pessoa, Alberto Caeiro.
De linguagem simples e palavras repetidas, seu conceito é muito simples e, ao ver distante, parece que tem mais é preguiça de pensar.
As vezes eu penso que as coisas que aprendemos, as informações e os nomes decorados, são, inevitavelmente, obras do homem. Vemos físicos ficando surpresos ao descobrirem a força de atrito de um objeto numa rampa, sendo que, os números, os nomes, os conceitos, as medidas, foram todas e todas definidas pelos seres humanos. E todos eles podem estar mentindo.
Assim como hoje ouvi: Cnidários contém dimorfismo, ou seja, tem duas formas. Existem os Pólipos que são sesséis (ou seja, são fixos, ex: corais) e os Moluscos que são "vida livre" (óbvio, são livres, ex: água viva). Então chegaram a conclusão: nós, seres humanos, somos iguais por termos olhos, nariz, boca, braços, pernas, enquanto os cnidários podem ser "dois"
mas
quem garante que são a mesma espécie?
quem definiu isso? o homem!
ele pode ter mentido. e daí que tem o mesmo aparelho digestório, respiratório?
é um conceito tão abstrato. Pensando nisso, tudo nesse mundo pode se duvidar.
a gramática, a matemática, letras, números!


Alberto Caeiro diz que tudo que não são sensações, não são verdades.
O que realmente existe, é o cheiro, tato, olfato, paladar. O que podemos sentir, tocar e ver.
Lógico, em partes, não concordo como um todo. Assim como acredito em conceitos abstratos, como o amor, mas antes que pense, não como breguice, mas um amor de mãe, por exemplo.
Mas até onde conceitos que pessoas criam são verdades? Até onde números são reais, nomes são denominados corretamente, nem correto existe! A moral não existe em si. Alguém criou.



!




Querendo ou não, não aconselho a refletir sobre tal questão.
Não leva a lugar nenhum, não vai te ajudar a ganhar o prêmio Nobel e muito menos terminar a redação de português, como eu, que é o que eu deveria estar fazendo.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Versos íntimos




Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo, acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!



(Augusto)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

É claro que tudo muda e as vezes as mudanças são tão repentinas que sentimos sem maiores dores e percepções. Ainda mais quando se é para melhores.
A vida trás vários conceitos e metáforas e o que eu ouvi nos últimos tempos é que a vida é como caminhar e nossas escolhas são as esquinas que escolhemos entrar.
Não vou ser hipócrita.
Não vou fingir que virei uma burguesa cristã que passa 12 horas do seu dia com a cara enfiada nos cadernos e apostilas, nem que não sinto mais vontade de sair, beber e dar risada, muito menos que o fato de estar em um compromisso me faz negar um passado "amoral".
O que me irritou nos últimos anos foi ver pessoas mudando, dissimulando e esquecendo de onde vieram, não que devemos nos prender a tudo que ficou lá atrás mas também não chutar a mão que já te empurrou.
O mundo é desgraçado e as pessoas nos enganam, claro que enganam, ninguém vai ver seus últimos suspiros internos e nem entrar na sua mente pra te arrancar os valores. Teus valores estão dentro e te conservam, alma!
com uma situação de vida diferente, eu penso: muitas coisas e pensamentos mudaram mas eu sou a mesma e ainda tem quem ri daquelas minhas antigas piadas. Aliás, lembrar de coisas me fazem rir, não vivendo do passado mas resgatando algumas lembranças.

Não vou mentir e nunca negar nada. Não tentar ser ninguém além de buscar e buscar o que tem aqui dentro. É muito mais forte do que qualquer outra coisa.
eu não nego nada do que já fez parte de mim.


sexta-feira, 7 de agosto de 2009

faith

O telefone tocou e era uma mulher lá da igreja, da Comunidade do Senhor Jesus
perguntou se eu podia comparecer na reunião de amanhã. Pra definir o que cada jovem vai fazer, qual grupo vai entrar ou se vai deixar de vez.
"eu sei que você não tá muito...chegada"
"é mais pra deixar um paz de espírito"


Eu coloquei meu pé numa igreja cristã pela primeira vez, aos 5 anos. Não gostava de dizer que ia em uma Igreja Evangélica porque todo mundo entende errado, pensa demais, acha que são aquelas coisas absurdas que aparecem na tv.
Desde o 7 eu já estava num grupo pra um pessoal maiorzinho.

Aí eu aprendi muita coisa que fez parte forte e importante da minha educação
drogas não são legais
sexo é melhor depois do casamento.
no sexo há uma ligação entre duas pessoas e sempre uma parte da essência de um, fica no outro, pra sempre.
temos 4 faculdades que são importantes estar em equilíbrio: Físico, Mental, Espiritual e Emocional.
o nosso corpo é templo de Deus e devemos pensar bastante antes de violar com piercings e tatuagens.
Deus é grandioso, bom, não castiga e é possível ter comunicação direta com Ele.


Fiz parte de um grupo de Dança/Teatro.
um grupo que eu amei com todas as minhas forças e dedicava meus domingos pra fazer aquilo dar certo (é tão engraçado imaginar que eu já fui assim...)
pessoal engraçado que fazia piada até sobre "crente", crianças que dançavam e seguiam as falas direitinho e adolescentes crescendo num lugar legal.
minha prima era líder do grupo, uma referência tão intensa.

Até a voz do homem parecer maior que a voz de Deus
e saí de uma igreja pra outra. a minha prima nem outra igreja foi. Só o mundo recepcionou.
que não era lá que eu me sentia confortável
Deus vence tudo isso mas...cadê?
a empolgação, o amor, alegria e...
eu não me sentia impedida mas também não tinha força pra gostar de onde eu estava
fui afundando
afundando
até perguntar porque eu ia pra igreja se lá fora eu fazia tudo aquilo que falavam não ser muito legal?
Eu fiz o que achava legal. Umas consequencias feias.



poucos momentos que eu senti paz de espírito
Isso faz uns 3 anos
3 anos que eu procuro Deus daquele jeito arrebatador
e eu chorei essa semana vendo a história de Moisés
porque era tudo muito bom
e eu só procuro




A minha prima sei lá onde foi a paz de espírito
cada um acredita no que é mais viável e no que se sente bem
minha educação foi assim. eu adaptei com as coisas que aprendi vivendo.
Mesmo sem o empurrão nos últimos anos
que eu não sei se eu deveria procurar
ou se um dia aparece de novo
ou se coloco em nome de Deus.








ninguém precisa de religião pra isso.
Nem religiosa eu sou.











é só fé.

sábado, 1 de agosto de 2009

boa noite

Aos 13, cortaria os pulsos
Aos 15, beberia
Hoje, sento com a mão no queixo e fico pensando.
Mais inteligente, mais atormentador.
Como se eu tivesse idade e cabeça pra ficar fazendo esse discurso maduro. Olha eu de novo, impulso.
Empurrada.
Tem coisa que não muda.









mas tenho fé que um dia muda. Pódeixar.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Se eu fechar meus olhos, eu posso voltar no primeiro dia...
onde o encanto é encanto e o brilho é brilho.
Eu posso também lembrar de todas as suas formas, do seu jeito, da maneira como sorri.

Sei que somos insatisfeitos. Foi o que disse uma vez e eu logo entendi o porquê da insatisfação
e eu quero, quero mesmo, renovar, satisfazer, dizer tudo de novo pra criar sorriso.

Eu posso lembrar de como é viajar no alto, bem no alto!
"eu tive que subir lá no alto..."
como é jurar amor olhando nos olhos. E sem usar as palavras.

Quando a amargura me desce, hora ou outra ela te encontra e estremece! Sai, foge e dá lugar a imensa alegria.
Contagia. Todo o peito. Toda a essência. Todo nós dois em um só.

Eu não quero decorar as regras que fazem sobre homens, mulheres, casais, relacionamentos
como se fosse padrão
como se tivesse manual
Eu prefiro aprender
e eu erro muito mesmo
mas eu aprendo
aprendo
aprendo
aprendo
aprendo
a
prendo
p
rendo
r
endo
e
ndo
n
do
d
o
.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

As vezes eu me canso de me procurar.

sábado, 25 de julho de 2009

É assim que eu acabo me traindo: um milhão de palavras acabam virando silêncio. Ou o silêncio acaba virando um milhão de palavras.
Crescer dói. Amadurecer dói. Não é ruim, mas dói.



Quando eu estava andando, tudo do mesmo jeito.
O movimento dos carros, das pessoas, o cheiro de óleo, de fritura, de boteco, cheiro de sexta-feira fim de expediente. As mãos estavam dadas e estávamos caminhando. Uma nuvem de impaciência pairava e eu já sentia os sintomas dos meus erros...
Tudo, tudo, tudo desencadeou no erro. Eu senti o gosto da consequencia.
É engraçado.
Às vezes, penso que consigo me segurar sozinha. Que já sei lutar sozinha. E é só a base tremer que eu já vejo tudo caindo, eu sinto medo, eu quero fugir, eu sou uma criança, eu sou uma cabeça pequena.
Eu estou aprendendo a crescer, sabe.
É possível crescer em 1 hora. Mas dói absurdamente mais. Doeu.
Eu estou procurando...eu mesma.
Nunca dormi tão bem essa noite. Senti tanto amor, tanta coisa, tanta emoção. Eu sorri com gosto.

Aquela sensação de crescimento...
Vou ali, aprender um pouco mais a mexer nessa cabeça um tanto madura.




(texto esteticamente desprezível)

terça-feira, 21 de julho de 2009

o gosto amargo na boca

Quando o gosto é ruim, cura mais rápido a dor.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

soul to squeeze

"Where i go i just don't know
i got to got to gotta take it slow...
When i find my peace of mind,
I'm gonna give you some of my good time!

Today love smiled on me.
It took away my pain, said please
i'll let your ride be free
you gotta let it be, oh yeah"

segunda-feira, 6 de julho de 2009

.
"- só quero que vc saiba
que
se por acaso
nao for com vc
seria bem chato e complicado"

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Pontas dos dedos indicadores

As cores estão rodando e o tempo também.
O tempo passa e são tantas coisas pra fazer, mas as cores nunca páram.
Eu poderia acordar todos os dias daquela mesma forma que o primeiro dia:

"Você existe mesmo!"
Tocam-se as pontas dos dedos indicadores.

O mundo cai, situações querem nos desmoronar, mas eles não sabem que eu tenho o seu olhar.
O seu olhar que é doce quando me olha. Olhos que se apertam, quase sumindo nos seus cílios gigantes, que se abrem de leve. Eu já não sei se é de manhã ou se é uma explosão de luz saindo do seus olhos.

Tocam-se as pontas dos dedos indicadores.

Se ainda é noite, eu faço uma promessa para o tempo passar devagar. Para eu sentir uma meia-luz, pernas entrelaçadas e corpos unidos, trocando células pulsantes. É um delírio que ninguém nunca criou, sensações que apenas células de corpos diferentes, porém empatados, podem criar. Corpos diferentes que não é difícil se tornar um só, já não distinguindo qual é qual, e isso não importa, já que é o além do empate, são duas vidas unindo-se em uma só.
Minha promessa é, e eu confesso, um desejo. Um desejo de passar o resto da minha vida vivendo essas vontades, esse sentimento.

Tocam-se as pontas dos dedos indicadores.

É uma risada ou um toque nas costas e eu já estou fazendo piruetas em uma órbita desconhecida. Uma órbita que de mãos dadas, nós visitamos e rimos, sentimos um suave vento a nos arrepiar.
Não, me enganei. Foi a sua boca perto do meu pescoço que criou as bolinhas, arrepiou.
Sempre tenta me convencer que foi o vento...

Tocam-se as pontas dos dedos indicadores.

Uma vontade divina que provém não só de dentro mas de tudo que pode se nomear como constituinte do meu eu. Meus braços te amam e não te agarram sem motivo.
Cada pedaço de mim, matéria ou não, que pode se tocar ou não. E eu nem posso afirmar isso, você toca até o fim do meu âmago e cativa toda minha essência.
Eu me encontro numa chancela inimaginável aos olhos alheios, algo que apenas nós podemos tocar e sentir, contemplar. Vamos voar, vamos sorrir, eu estarei bem aonde for que estivermos.
É cor, magia, real.
Amor.
Amor!

Tocam-se eu e você.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Eu não sei mais escrever, usar metáforas, nem eufemismos.
e não entreguei a redação de tema importante.

sábado, 27 de junho de 2009

cast no shadow

Se a história da humanidade é a história da luta de classes, a história do homem é a da procura do autoconhecimento.
Eu não li isso em lugar nenhum e não ouvi de muitas bocas. É só o que eu acho.
Porque todas as pessoas querem encontrar o que realmente existe na palma da sua mão. Querem realmente saber o que somos.
Já dizia a mitologia grega. Quem olhasse nos olhos da Medusa, viraria pedra. Quem olhar nos olhos da Medusa, conseguirá enxergar o que realmente é.
Quem está preparado pra isso?
Quem quer saber o que na verdade existe em sua essência, em sua verdade?
E quem vê, se choca e torna pedra. Duro. Surpreso.
O maior medo de todos os homens, é, na verdade, conhecer a si mesmo.


Na maior parte do tempo, eu estou vendo vida alheia.
Admirando, achando bonito. E eu olho pra minha vida...
!
Eu já passei dos limites. Fiz demais quando devia fazer menos e não fiz nada quando devia fazer alguma coisa. Tudo isso me trouxe até aqui.
E eu
Eu faço os outros rirem.
Por mais fria que eu queira ser, eu detesto cálculo. Não tenho aptidão para a lógica. Adoro duvidar da minha capacidade intelectual. Mas adoro impor também.
Na verdade,
nossa, essa sou eu.
E mais um monte de coisas que eu sei sobre mim.
E mais um monte de coisas que eu não quero saber.
Não por medo, mas pra me poupar. Com o tempo, talvez, eu esteja mais íntima. Afinal, são apenas 17 anos. Pouco.
Tenho tempo.
Eu.








.
Here's a thought for every man who tries to understand
What is in his hands
He walks along the open road of love and life
Surviving if he can.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Acorda, irmão

O tempo tá passando, meu irmão.
E, se você demorar, a janta na mesa vai esfriar.
A gente acreditou que poderíamos driblar o tempo, né irmão? Era fácil aquela época. Com pouca responsabilidade e nenhum juízo, eu usava o salário pro rolê. E vocês, o dinheiro do papai pra comprar cigarro. Sem ofensa.
Era fácil! Olhavamos um pra cara de tonto do outro e planejavamos a sexta, o sábado e o domingo em plena segunda-feira.
Estudar pra prova? Só na véspera, irmão.
Relacionamento? Só nas vésperas também. Qualé, éramos jovens! A gente só queria festa.
Aé, somos jovens ainda. Mas nem tanto.
O tempo tá passando, o mês agora é seis, e se você não notar, já é ano que vem no mês três.
Irmão, ano que vem não tem mais escola! E sabe o que a gente vai fazer? Tra-ba-lhar!
Mas trate de não tirar os olhos do ponteiro tic-tac, senão, a bunda da tua mulher vai cair e você nem vai reparar...
Tem gente falando o que é certo agora e essa verdade dói, não é mesmo? Onde eu estava o tempo todo, mano? As coisas que você queria darem certo pros outros irrita, né? Falta de sorte? inteligência? atenção? esforço? azar? Enquanto pergunta, olha aí, tic-tac-tic-tac-tic-tac, não pára, nunca pára, e o mano das conquistas na vida mansa tá na tua frente, você tá refletindo enquanto deveria estar lutando!
A chuva tá caindo forte em pleno inverno. Manja? É a terra explodindo! Massa Polar colidindo com a Equatorial na hora errada. e tu, vai fazer o quê? Rezar pro metrô não dar pau nos trilhos molhados.
Tem gente reclamando da tua ausência, que por acaso, só vai aumentar. Você sabe, né? Ainda tentar manter uma relaçãozinha de amizade amistosa mas sabe...a gente sabe que as coisas nunca vão desenrolar.
Ah irmão, ouvi falar que teu corpo agora tá viciado em cafeína. Sério que tu capota quando não toma aquela caneca enorme de café? E você achando que café era charme...Hoje chamam boemia de curtir a vida, enquanto era beber, estragar e escrever poemas melosos, satíricos ou qualquer merda.
Fica atenta ao teu amor, se explodir muito e chorar de graça, depois vai reclamar que as coisas não dão certo. Por que será né?
O tempo tá passando e você nem se deu conta que é hora de crescer. Rindo, curtindo e depois que a hora chegar, vai rir? Vai perguntar "cadê a curtição?" ?




É irmão, o ponteiro tá rodando...

domingo, 31 de maio de 2009

Reforma Ortográfica

A onomatopeia "bla-bla-bla", agora, leva hífen.
Portanto, o título do blog continuará o mesmo, me perdoem transtornos.



Atenciosamente,
B. Ariola.

sábado, 23 de maio de 2009

Eu quero
sentar na beira de uma janela com as pernas encolhidas contra o peito.
O dia ensolarado e frio.
Com a minha blusa de lã mais surrada que acabei de acordar, as pernas nuas que eu esfrego pra esquentar quando uma corrente de ar passar.
Ele vai chegar vestindo blusa de moletom e a bermuda que eu gosto, com uma caneca grande de café que fez para mim, e sentar ao meu lado.
Vamos olhar até onde os olhos alcançarem, veremos formas nas nuvens, em silêncio, vamos nos encostar e só deixar o vento e a respiração falarem.
Logo, mediremos todo nosso esforço e veremos o quanto valeu a pena aquelas noites mal dormidas, aquelas dores no corpo sem tempo de corrigir, os dias sem se ver, as horas que passaram e mal olhamos no relógio.
Dominaremos os segundos a nosso favor. E riremos da nuvem que parece um jacaré.

quinta-feira, 14 de maio de 2009



Eu achei que nunca mais fosse me render. Que seria repulsivo pra sempre. Me contentaria com pequenas proezas que só minha conversa medíocre podia fazer com aqueles.
E quando eu mais estava distraída foi quando eu quis me concentrar. Concentrei. Derreti.
Logo eu...
e todas as manhãs eu dou bom dia a ele
e todos os dias eu o desejo
e todas as noites eu quero me recostar e sentir a sua respiração.

sábado, 18 de abril de 2009

do me a favour

A tarde vai embora e o tempo vai esfriar. O sol ganhou um tom alaranjado e está pequeno. É outono no país tropical onde não existem quatro estações.
Eu me espreguiço de leve na frente da janela. Vem um ar quente me arrepiar. Olho para o lado e encontro o espelho. Acho a forma que eu queria, todas as formas.
E falando em arrepios, eu ouço a música intensa que me causa arrepios. Me faz lembrar de um único rosto, um único nome. O nome que está tatuado no meu coração e deixa correr cada pixel de suas letras nas minhas veias. Está no meu sangue venoso, no meu sangue arterial.
Lembrei de tantas coisas hoje. Hoje me sinto tão sólida. Estive a agradecer todas a lágrimas que derramei. Sem elas, eu não estaria aqui.
Eu dançaria pelo quarto hoje.
E melhor, eu não dançaria sozinha! Dançaria esses quatro dias.
Espero por esses quatro dias. O primeiro está acabando nas horas...eu ainda acho que está só pra começar.
Alguém fez eu me conhecer.
Sinto algo entalado na garganta. São palavras que eu vou soltar daqui umas horas. São sussurros registrados.
"Oh, segure o meu coração!"

Estou esperando por ele.

quinta-feira, 26 de março de 2009

na minha cidade

São Paulo. Real e com amor declarado por essa cidade.
Eu moro em um bairro chamado Itaquera. Tem gente que diz que eu me escondo, moro no fim do mundo ou que é longe. É perto do metrô. Eu gosto. Poderia ser melhor mas eu não ligo. Nos últimos anos, o fim da minha rua ganhou uma avenida.
É normal.
Assalto na porta de casa, quase meia-noite. Levaram o carro mas deixaram ficar com a bolsa e mochila. A noite é a hora do crime.
De assustar. Mas essas coisas acontecem...

É o caos.
7h da manhã. Crianças indo pra escola, mães com bebês no colo, velhinhos comprando pão, homens de bicicleta. Distraida, com a cabeça na prova, de uniforme, por que aquele cara ficou me filmando?
Nem um minuto.
Empurro.
Tem uma arma apontada pro meu rosto.
Tem a minha mãe tentando se livrar do cinto de segurança. Por que você chutou minha mãe, seu desgraçado?
Leva o carro! Não deixa ficar com a bolsa! Espero que se divirta com os batons da avon! Minhas fotos 3x4 de quando eu era criança! O aparelho odontológico!
E o que a gente faz? nada. Aliás, faz sim. Faz B.O. . Liga pro seguro, cancela os cartões. Chora. Treme. Perde compromissos.

na porta da minha casa.
Analiso o instinto humano...se eu pudesse, eu cuspiria na sua cara, filho da puta. Eu estouraria sua cara! Eu te torturaria! Não aponta essa merda da sua arma pra mim. Mostra pra sua mãe, mostra pra mulher que te colocou no mundo o que você anda usando pra ganhar a vida. Não mexe com minha mãe. Não vem na porta da minha casa. Não deixa as crianças dessa geração ver a sua ação delinquente.
De manhã! Deu sua cara a tapa, as cores da sua roupa pra eu contar ao escrivão.
Desgraçado.
Deus te perdoe. e me perdoe também porque eu almadiçoo a vida dos dois.


Minha cidade, o que a violência fez contigo?
O que esse sistema fez?
Hoje eu quis sair do meu bairro.
Hoje estou com medo de ficar em casa.
Com medo de sair de casa.

terça-feira, 17 de março de 2009

O espaço de 1,60m torna-se imensidão. O cômodo de 3 metros torna-se pequeno.
Eu nem ao menos preciso tocar para nos elevar ao outro plano. Mas se eu toco, eu ouço explosão. Daquelas explosões boas.
Meus dias precisam de mais de 24 horas. Aquele tempo na estação, mais de 10 minutos. Porém, dentro das paredes azuis, o tempo pára. Só vejo que não parou quando "bom dia" é trocado por outra frase. Os olhos falam.
O mundo girou. Revezando entre o frenético e o suave.

terça-feira, 3 de março de 2009

No último sábado, abriu os olhos, esticou os braços, apertou os olhos "eu te amo".
eu fiquei cheia no peito, feliz. eu não lembro se eu sorri, ele disse que não. eu jurava que tinha sorriso, mesmo assim.
altamente encaixado.
o absurdo do empate.
Me da a mão aqui, eu te tiro do chão. Não sei se está aliado a minha capacidade mas é um desejo do meu coração.
Esforço, eu faço mais que um milhão! Eu deixo que as coisas aconteçam com naturalidade e num estalo seus olhos estão revirando e eu te vejo em cima, apontado, adeus.



Ah garoto, eu sou complicada.
inconstante, tento me livrar do impulso e nem sei dar uma descrição sobre mim.
Me diz agora, que riso é esse que eu solto quando seu pescoço me foge e tem boca sorrindo?
ou aquela magia que é boca em ouvido?
E quando eu pego, eu sinto, todos os dias na insatisfação.
Não questione, eu vou querer mais.


Sai aí do seu banho gelado de toalha e vem desse jeito aqui, eu preciso te contar algumas coisas.
Se eu conseguir pronunciar alguma coisa nesse clima.
Eu vou te falar de amor.
Eu vou falar do que sai aqui dentro.
Depois a gente se junta. Ou eu posso falar ao mesmo tempo.
Posso também ficar olhando pro seu olho.



Não fica nesse chão gelado,
vamos pro alto, lá.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Eu ando odiando profundamente os meus sonhos.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O prato do dia - Pato Fu

Não é tão ruim assim
Não é de todo mau
Quando me corto sem querer
É bom pra me lembrar
Que todo esse sangue
Que vejo por aí
Está por aqui também
Está por aqui também

Moço, hoje eu vou querer
A comida mais estranha
A que menos se pareça comigo
Tô me sentindo meio janta hoje
Tô me sentindo meio arroz com feijão...

Quem vamos ter pra hoje?
Quem vai ser? Quem?
Quem vamos ter pra hoje?
Quem vai ser? Quem, o prato do dia?

Não gosto mais de ler jornal
Pensei: é melhor pra mim
Fazer as contas do que vi
E nem quero me lembrar
Que todo esse sangue
Que vejo por aí
Está por aqui também
Está por aqui também

Moço, hoje eu vou querer
A comida mais estranha
A que menos se pareça comigo
Tô me sentindo meio janta hoje
Tô me sentindo meio arroz com feijão...

Quem vamos ter pra hoje?
Quem vai ser? Quem?
Quem vamos ter pra hoje?
Quem vai ser? Quem, o prato do dia?

domingo, 15 de fevereiro de 2009

in memorian

Ontem a noite eu passei pelo Aricanduva e lembrei que ele mora lá. E logo lembrei que não mora mais. Ele não está aqui, entre nós.
Só restou sua esposa e seus enteados. Que da última vez os vi chorando pela sua partida.

Eu não sei quantos anos ele completaria hoje.
Nem suponho.
Sei que era jovem demais. Consequencias da sua vida desenfreada o fizeram ir mais cedo. Logo agora que ele tinha resolvido tomar algumas atitudes...

Lembro dos momentos juntos. As caixas de bombom. Uma pra mim. Uma para meus dois primos que eram irmãos. O jeito que mostrava os dentes parecendo sorrir. Como era pequeno. E como sabia conversar legal.
Talvez eu tenha cometido um erro de não o ver nos últimos dias. Ou não. Eu não queria ter aquela lembrança. Pensei quase todos os dias. Em todo caso, espero que me perdoe.


Eu não ligo se o Corinthians ganhar hoje. O time que eu mais repugno e era o time do coração dele. Joga hoje, no dia que seria dele. E seria de significado magistral se marcasse um gol pela memória dele. Eu iria lembrar com carinho. Por uma única vez, eu vibraria se hoje a festa da torcida pudesse ser a festa dele.
Grandioso. Não sentido só por mim.



Para o Avô F. Ariola.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

um

Meu amor, eu leio sobre felicidade porque tenho que falar sobre.
Felicidade. Uma palavrinha tão clichê.

Se eu pudesse contar a eles que minha felicidade era você deitado ali e todas as manhãs eu pudesse acordar com seu Eu Te Amo.
O céu ameaça uma chuva magistral e eu penso se ainda te verei hoje. Meus ouvidos ouvem o bater do teclado, o vento lá fora, os metrôs passando e "Wet Sand" (se meu computador não se confundiu).
O quarto está levemente escuro por causa do céu cinza. Céu no qual ultimamente tem recebido minha visita. É lá em cima que eu fico. Mesmo cinza, porque quando está cinza é porque vai chover...e quando chove, nos beijamos debaixo dela.
Você ouve minha canção um pouco mal-cantada, eu mexendo na sua orelha e distraída nos sentidos.

Me dê seus sambas e suas pimentas vermelhas quentes picantes. Cante seus hinos que eu vou achar um tédio mas depois acho lindo sua vivacidade, beleza e vontade.
Me dê a ponta dos seus dedos pra eu beijar. Seu braço pra eu dormir.
Me dê aquele pedaço do seu coração que eu prometo (que juro!) cuidar. Colocarei o seu coração dentro do meu. Que é isso que a gente faz. Se junta, se encaixa, se ama. Não é?
Me dê aquele lugar pra eu contemplar e marcar. Pra você ver e sorrir.

Eu vou rir, apontar pro alto, morder os lábios e te chamar de meu (...).


Ah, isso nós já fazemos? Eu faço mais.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

B. fala sobre:

Assunto sem definição.

Algum limite me parou hoje.
Sensibilidade entrou com força dentro de mim. até o fundo. Eu até pesquisei o que fiz há um ano atrás. Surpresa.

O que é idiota. me pego pensando no ontem. Não só o meu. Idiota demais.
"era feliz e não sabia": isso não existe. A gente sabe. Não só sabe, como sente. A felicidade fica adequada ao momento. Pessoas serão felizes, bem-sucedidas e vitoriosas em momentos diferentes. Agora ou daqui 30 anos. Assim como eu. e você. O que me fez feliz há um ano atrás, se fosse acontecer de novo agora, seria inviável. Não é mais a mesma vontade. A mesma ternura. Não mais as mesmas pessoas, nem os mesmos momentos. Os pequenos rastros, de uma forma ou de outra, montaram a B. Ariola de hoje.

Me declaro hoje, no dia de hoje, sete de fevereiro de dois mil e nove às 15:29H: Sensível.
fazendo um pouco de manha também.
Me declaro no momento que estou vivendo, com tudo que está me cercando, a pressão que me fazem, o corre-corre e poucas horas de sono: Feliz.


Por que de tudo isso? Sei lá.
Preciso de uma redação sobre Felicidade. E carreira. Complexo. Sinto limite de felicidade apenas numa carreira. É.

bum!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

para me revirar em sentido de preguiça, abrir os olhos, sorrir: "eu te amo".
ah, eu também. muito!
É o único gosto que mais tenho sentido, seguido da felicidade que predomina minhas células.

No relógio 00:00
pensamento correspondido. Da estaca zero, eu quero tudo de novo. e sempre. e mais.

Até ver seu olhar louco, mesmo de olhos fechados. Eu sinto que tudo dentro está revirando. É o que eu sinto de bom. Desejo com sentimento.

Adormeço com amor. O meu.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Die die my darling

No caminho até aqui, eu abandonei ali uma menina que fumava cigarro sem saber tragar. As vezes dava uns goles sem saber o porquê, ela só queria ficar no alto e depois sentir a queda livre.
Atração física não era difícil, ela sabia manipular seu rosto, seus gestos e suas palavras para parecer agradável, doce. Enquanto ela só insultava o sujeito por dentro, não correspondendo sentimentos com ações. Alguns minutos fora de si, voltava e repugnava.
Tantos olhos que ela olhou e foram vistos apenas de forma superficial. São apenas olhos castanhos. Na verdade havia uma alma berrando. E o que sentiam era uma carcaça podre, porém com um bom cheiro de atração.
Eu deixei aquela menina e sua carcaça.
Não posso culpa-la, seus sentimentos sempre a deixaram entorpecida e sua alma continuava gritando, seu jeito cativante desperdiçado a fazia transformar a utopia de felicidade em prazer.
Enxergaram além de cores nos meus olhos, a alma não precisou berrar e fez apenas um sussurro. compreendido. Eu entrei na minha sala depois de observar aquelas belas costas ir embora e sentei no sofá. água nos olhos. de sorrisos. Parei e fixei o olhar. mãos juntas em cima do meu colo. Agradeci a Deus. Sussurrei um sentimento.
Não é trágico, é ótimo: a menina que eu deixei morreu.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Encaixe

É quando os olhos dele que se cravam em mim, tentando ler minha mente sendo que é óbvio que na mesma só se passa...ele. E tudo relacionado. minha alma sai de órbita. Os mesmos olhos cintilam. O sorriso que nem é preciso forçar para aparecer. e um só compasso, um só barulho que...nós sabemos. Vai além de mãos, pele, tato. é natural, é sentimento.

e depois, cada vez mais eu sinto: encaixe.
tun
tun
tun

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009


Remember when you wrote on my leg with your fingers?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Flagro o sol indo embora. O céu fica em cores quentes, grandes nuvens, imensidão. E eu estou sorrindo. As inúmeras perguntas que eu me fiz todos os dias, sem respostas, sem porquês, sumiram...e não tem respostas, talvez nem sejam perguntas. Não questiono vícios, não questiono prazeres, não questiono a minha própria personalidade. Eu sempre soube. Só o mundo que estava parado.
enquanto meu coração estiver batendo mais forte, eu estarei mais firme. A chuva que as vezes insiste cair e relacionava com o meu mundo desabando, agora se relaciona com meu mundo inundando. Cheio de palpitações, das mais fortes. E palavras são desnecessárias, assim como as antigas perguntas. Se eu fechar os olhos, consigo andar em linha reta. mas se eu tropeçar...eu me levanto. Eu sempre levantei.

sábado, 17 de janeiro de 2009

bonito

Chuva. Chuva em nós. Debaixo da ponte não molha. Fora dela molha. Enxarca feito cena de filme.
Olhos, bonito, saudades. Frio na barriga.
Coração tuntuntun. Arrepio. Suspiro. Coração tuuuuuuuuuuntuntuntun.
Chuva...


...repete. Eu não ligaria, até ia gostar.
fuça pra achar o cheiro na roupa, na mão, no nariz, aqui dentro.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

"...I could die right now, Clem. I'm just...happy. I've never felt that before. I'm just exactly where I want to be..."

Eternal Sunshine of the Spotless Mind

sábado, 10 de janeiro de 2009

É como se toda minha sujeira tenha ido ralo abaixo. Por um tempo, não muito controlado, em que eu não preciso me lembrar daquelas coisas que sempre me incomodam, me confundem. Eu não sei direito o que é isso mas o chamo de Viver. Muitas vezes eu paro tudo pra ficar medindo atitudes e tendo vontade de escapar do meu corpo, esquecendo que se tem vida, fazendo tudo de forma mecânica e idolatrando a razão de tal maneira que só tem frieza no meu semblante.
O que acontece na força cósmica, nas partículas físicas e químicas, nas reações do corpo, eu realmente não sei, mas pensar demais não me é necessário e tudo sai sem que tenha uma programação ou um rigor a seguir. Me pego sorrindo ingenuamente. E eu achava que a palavra ingênua nem constava mais no meu vocabulário. Consta. Tem coisa que só estava esperando. Ainda me resta um medo, nem medo, um receio. Mas deixa nas reticências...
E todo o pó ficou pra trás. Dissolvido na pancada de chuva que caiu depois.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Insônia

Por volta das 4 AM. Viro para um lado, para o outro, de bruço. Minha cabeça coça, essa oleosidade está me matando, preciso lavar esse cabelo logo. Eu começo a me questionar porque ele vem tanto na minha mente. Depois lembro do que eu tinha acabado de me despedir...suplico a Deus uma ajuda, uma decisão, uma luz, sei lá. eu digo que não consigo resolver isso sozinha. Eu piro. Minha cabeça volta a pensar na mesma coisa, é bom, é agradável. Mas eu ainda estou pirando. Lembro de que tenho compromissos a cumprir. Estou de barriga cheia e passando mal. E por que diabos eu fico pensando na mesma coisa? Me satisfaço. Bate o sono como é de praxe. Mas ainda estou viajando e tudo 'tá confuso, já deve ter se passado uma hora e...nem sei como cheguei a dormir.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ansiedade do que eu nem conheço direito.
parece que tudo estava tão bonitinho...bonitinho não existe pra mim. É o que parece.