quarta-feira, 1 de julho de 2009

Pontas dos dedos indicadores

As cores estão rodando e o tempo também.
O tempo passa e são tantas coisas pra fazer, mas as cores nunca páram.
Eu poderia acordar todos os dias daquela mesma forma que o primeiro dia:

"Você existe mesmo!"
Tocam-se as pontas dos dedos indicadores.

O mundo cai, situações querem nos desmoronar, mas eles não sabem que eu tenho o seu olhar.
O seu olhar que é doce quando me olha. Olhos que se apertam, quase sumindo nos seus cílios gigantes, que se abrem de leve. Eu já não sei se é de manhã ou se é uma explosão de luz saindo do seus olhos.

Tocam-se as pontas dos dedos indicadores.

Se ainda é noite, eu faço uma promessa para o tempo passar devagar. Para eu sentir uma meia-luz, pernas entrelaçadas e corpos unidos, trocando células pulsantes. É um delírio que ninguém nunca criou, sensações que apenas células de corpos diferentes, porém empatados, podem criar. Corpos diferentes que não é difícil se tornar um só, já não distinguindo qual é qual, e isso não importa, já que é o além do empate, são duas vidas unindo-se em uma só.
Minha promessa é, e eu confesso, um desejo. Um desejo de passar o resto da minha vida vivendo essas vontades, esse sentimento.

Tocam-se as pontas dos dedos indicadores.

É uma risada ou um toque nas costas e eu já estou fazendo piruetas em uma órbita desconhecida. Uma órbita que de mãos dadas, nós visitamos e rimos, sentimos um suave vento a nos arrepiar.
Não, me enganei. Foi a sua boca perto do meu pescoço que criou as bolinhas, arrepiou.
Sempre tenta me convencer que foi o vento...

Tocam-se as pontas dos dedos indicadores.

Uma vontade divina que provém não só de dentro mas de tudo que pode se nomear como constituinte do meu eu. Meus braços te amam e não te agarram sem motivo.
Cada pedaço de mim, matéria ou não, que pode se tocar ou não. E eu nem posso afirmar isso, você toca até o fim do meu âmago e cativa toda minha essência.
Eu me encontro numa chancela inimaginável aos olhos alheios, algo que apenas nós podemos tocar e sentir, contemplar. Vamos voar, vamos sorrir, eu estarei bem aonde for que estivermos.
É cor, magia, real.
Amor.
Amor!

Tocam-se eu e você.

Nenhum comentário:

Postar um comentário