segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Deixe-me

Corro, fujo, me distraio, mas sempre paro no mesmo lugar. As pessoas sempre correm atrás de seus medos...quem foi que me disse isso mesmo? Pois é, absoluta razão.
O que eu quero, é que pare de me questionar, reclamar, exigir. Por favor, eu quero pensar que eu não pude dar tudo que queria de mim, enquanto ela pode. 'Que enquanto minha cabeça e minhas decisões são completamentes embaralhadas, ela tem certeza do que quer e luta até a última gota de suor. Eu nunca pude responder de forma tão rápida, sem ao menos pensar no que estava fazendo. Quero pensar nisso agora. Agora, eu sou mais uma. Mais uma que irá contar por ai o que eu fiz, o que eu fui e porquê fui embora.
Não quero dar satisfações. Preciso curtir minha dor de, sem querer, não suprir tudo o que esperam. Eu não dependo disso, preciso do meu tempo...Viver mais o que é meu e não o dos outros. Saber cuidar do que é "meu" pra depois não reclamar quando foi perdido. E principalmente, identificar o que eu posso e não posso me responsabilizar.
Maldita foi a raposa que disse: "Somos eternamente responsáveis por quem cativamos". Egoísta. E coberta de razão.
Pelo menos dessa vez.

sábado, 27 de setembro de 2008

O Vazio, O Oco, O Nada

Imagine o nada. Nada. Não, não é pra imaginar uma coisa toda branca, afinal, é uma coisa branca. Imagine o nada! Nem um buraco negro, afinal, é um buraco negro. O nada...impossível. Com as inúmeras coisas que já vimos nessa vida, imagens, sons, cheiros, algo que não dá pra fazer, é imaginar o nada. Da mesma forma, não da pra se dizer que dentro de cada um existe um "nada", "vazio", "oco". O ser humano é tão egoísta que ama até sua própria dor. e ama tanto que nem quer se livrar dela, apesar de todo o estrago que faz. Opta pelo método mais difícil de sustentar uma serra-elétrica dentro de si, dilacerando todas as partes possíveis, sendo que seria mais fácil pedir ajuda pra uma força maior que rege o universo e dizer "eu posso, eu consigo, eu quero me livrar disso".
Claro, vez ou outra, sempre existem lacunas em nossas vidas que necessitam serem preenchidas. Mas não podem dominar. ninguém morreu por isso e não dessa vez que vai morrer, por que não se distrair com as coisas que tem até conquistar e preencher o tal buraco? o que essa dor faz com a gente que nós a amamos tanto e fazemos questão de morar, fazer parte? porque a dor não é das pessoas e nunca será. ela pode ser corrigida, tirada ou curada.
Eu, particularmente, confesso que queria ter essa força pra lutar contra minha dor. Mas na maioria das vezes, eu prefiro me encolher e fazer do vazio, do oco, do nada, um amigo.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

with myself

Acordei, fui pro banheiro e me olhei no espelho "Parece que você levou um soco, sua escrota". Olheiras fundas, lábio inferior levemente roxo e inchado no meio e o arrependimento de ter começado a pensar logo depois do sono. Como já é previsível, eu estaria me lamentando e me martirizando sobre as coisas que eu fiz. Tentei o tempo todo me convencer que foi uma besteirinha e fazer algumas coisas por simples diversão e vontade, não é pecado nenhum. antes fosse, se essa idéia pregasse na minha cabeça. Só conseguia me sentir uma idiota. não sei o que fazer comigo mesma, nem com minha dignidade, que parece que faço questão de enfiar no meio de algum lugar não muito bom. Não sei dizer não, não sei parar, não tenho mais limites. Impulso foi uma palavra que entrou no meu vocabulário no meio do ano passado, não sei porque motivos, mas se existem motivos, odeio todos eles. No resto do dia, só consegui me encolher, chorar, queria me tirar de dentro do meu corpo ou vice-versa. Queria uma ligação ou ficar sozinha. no final, a ligação não foi precisa e nem foi mais o que eu queria...queria tirar o peso da consciência com as mãos. Me olhei no espelho de novo e vi uma bonita imagem. Apesar de nunca querer me convencer disso, eu gostava do que via...o exterior estava bem.
Hoje eu só precisei de outras preocupações pra esquecer, mas parece que cada flash de lembrança, do som, do ambiente, me arrepia. E eu me sinto burra, idiota de novo. acho que não preciso mais disso. Não deve ser dificil de saber, mas ainda não sei o que fazer comigo mesma.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

pela última vez

Não esqueço e não deixo de sentir falta de quando te tive nos meus braços, respirando baixo. Isso faz tempo. isso me fazia feliz. Se você me odiar, eu vou achar que tem razão. E se me amar, eu vou achar que tem razão também. O meu amor está diferente, é claro, mas só está adaptado a situação atual. Mas a lembrança de você respirando baixo perto de mim, olhos fechados e o silêncio respondendo tudo, impregna como uma vontade. Vontade de nunca esquecer.
Lembra que te amar doía? Dói muito.
Sim, isso é uma resposta...que meu amor nunca acabou e minha fita está na mão, pronta pra te concertar
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sábado, 20 de setembro de 2008

Especial

Acho que o que as pessoas realmente querem, é se sentirem especiais pra alguém especial. Todo mundo gosta de saber que é especial pra alguma coisa, mas é bem melhor quando é com alguém importante. Por mais solitário e anti-social que seja, no âmago há a necessidade de ganhar um abraço sem motivos no meio do dia. E domingo de manhã, acordar com alguém te observando e fazer manha para fazer seu café e ganhar quentinho na cama com algumas bolachinhas sabor laranja.
A maioria se recusa ao romantismo por ser clichê e imbecil, sem enxergar que pode ser um pouco mais que isso. E ao mesmo tempo, tudo que querem é um pouco de clichês para serem especiais, únicos, a paixão de alguém, o amor de alguém, o motivo da mensagem no meio da noite, a cartinha idiota com a letra um pouco torta, o livro preferido em comum, o beijo inconfundivel e memorável. É mais simples e singelo, muito mais que muitas coisas...e quem não quer?
Me afundo no sofá com alguns romances na mão e sinto a vontade de ouvir de alguém tanto quanto especial: "especial, tão especial pra mim".

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Enjoy the silence

Eu cansei. Eu vou gritar? Eu vou chorar? Eu vou enlouquecer? Eu vou apertar minhas mãos contra o peito, tentando tirar angústia? Não. Já deu o tempo de aprender. Eu ficarei em silêncio. As estratégias de alguns, é falar. falar muito, falar tanto até te irritar, até perder a paciência. Estratégia cretina. Não devo satisfações, eu sei escolher bem as pessoas que confio, as pessoas a quem devo explicar alguma coisa. E mesmo assim, minha boca, meu coração e minha mente estarão calados, até onde for possivel ou até onde eu quiser. Palavras são desnecessárias. Ignoro. Mas não me nego a rir. Vou rir de cada atitude idiota, rir até minha barriga doer, se precisar, até cair no chão. Se me questionar o porquê, eu vou sorrir. Eu não nasci pra causar impactos em alguma coisa ou alguém, pra prejudicar/chocar/distrair. faço tudo por mim, porque não há outra razão pra eu viver além de Deus ter me dado a dádiva de viver. Mas shh! falei demais!
Aprecie o silêncio.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Sonho

Era eu e minha prima, tínhamos que ir até um lugar por causa de um trabalho. Pegávamos várias linhas de metrô e trem, até que entramos numa espécie de ônibus. Eu sentei e ela foi pra frente. Um garoto do meu lado, disse se podia conversar comigo, eu não lembro direito, só sei que ele demonstrava interesse. tinha um jeitinho inocente, meio nerd, mas era bonitinho. Enquanto eu conversava com ele, observava seu caderno de desenhos e algumas citações, como se fosse uma página da web. Anotei o meu msn numa folha, com lápis vermelho. De repente, me toquei que estavamos em um lugar com ruas de barro e perguntei a minha prima se ela sabia aonde que tínhamos que descer. Ela perguntou ao motorista, que nos enrolou e eu entrei em desespero apesar da compania do garoto me acalmar. Descobrimos que o motorista estava nos sacaneando e estavamos em um lugar totalmente diferente. Eu disse que precisávamos parar, o ônibus parou, eu beijei o menino intensamente e pedi para ele me adicionar. Descemos eu e minha prima do ônibus, já estava anoitecendo e mal viamos o ponto de ônibus de volta. Eu tinha medo, o lugar era no meio do nada, campos em volta, árvores, estrada de barro e comércios simples. Então eu acordei.
Tive esse sonho há um pouco mais de uma hora atrás e foi muito estranho. Muito mesmo. Eu senti algo que não sentia há muito tempo, uma sensação de medo, insegurança, não sabia o que fazer e pra quem correr. Tanto que só agora estou me recuperando desses pensamentos. Engraçado era o que eu estava pensando antes de pegar no sono, pensava meio sonhando, em que eu estava debruçada sobre um peito masculino, enquanto o beijava no pescoço e o amava. E de repente, esse sonho veio tirar toda a proteção. Eu preciso de segurança, em quem confiar, em quem me ajude quando estou perdida, em quem pegue na minha mão e diga que está tudo bem quando estou enlouquecendo. Pensei que baseado no sonho, eu precisaria de um auxilio materno.
Estou com frio na barriga e quando acordei, me senti aliviada. Os jovens acham que estão por cima de tudo e que podem tudo e agora eu estou me sentindo uma criança. Com medo, precisando de braços quentes para enlaçar...mas dessa vez não será os braços dos meus pais. Não é o que eu preciso agora. Acho que você entende o que eu quero dizer...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Velhas amizades

Eu não tenho amigas definitivas de infância. e nem tenho uma melhor amiga como toda menina. Eis vou contar a minha história:
As primeiras amigas da qual tenho lembrança, são Fernanda, Bianca, Leticia e Amanda. Não necessariamente nessa ordem. Fizemos a pré-escola juntas, nossas mães são amigas e sempre tivemos fofoquinhas. Mudamos de colégio juntas, menos a Amanda que sumiu e só tornou a aparecer quando me achou no orkut. Sempre ficamos juntas apesar dos vários amigos ao redor. Mas nunca me esqueço, da cena do intervalo: eu, elas e mais outras meninas. eu simplesmente ignorada em um canto qualquer da mesa enquanto elas se divertiam com as outras meninas. Me senti um fantasma e a Arielle veio brincar comigo fazendo "buuuh", me chamando de fantasma. Começou nossa amizade.
A Arielle sempre foi meio fria. Ainda mais fisicamente, eu sempre quis abraça-la e nunca tive coragem de pedir um abraço. mas isso não impedia de eu gostar muito dela, da amizade, das listas que a gente inventava e dos jogadores de futebol que ficavamos idolatrando. Sempre andavamos juntas, as vezes algumas se juntavam a nós, mas nunca durava. Só a gente suportava ficar o intervalo inteiro no banheiro com "medo" do pátio. Uma vez, a Victória se juntou novamente e dessa vez foi diferente...estavamos nos afastando cada vez mais e brigavamos cada vez mais sem motivos. Eu tinha sido trocada. acho que a melhor palavra é trocada. Porque quando deixamos uma pessoa para outra, somos trocados. Sei lá.
Comecei a andar com a Marina, mas não deu muito certo. A Marina era popular, ficava com vários meninos e eu era magrela, estranha com 2kg de lápis no olho. Até que durou. Logo em seguinda, engatei em uma imensa amizade com a Camila. A Camila também estudou comigo na pré-escola mas nunca fomos de conversar. Nossa amizade é uma das coisas mais bonitas que tenho lembrança. As madrugadas fuçando na internet, as fotos idiotas, o jeito que só ela tinha e principalmente, o abraço que só ela tinha. Por uma idiotice, senti um afastamento um tempo depois e me separei dela e de outras meninas. Eu estava só e a primeira pessoa que me pendurei foi no meu novo namorado. Eu tinha a Amanda (2), que era prima dele e eu gostava de conversar com ela e adorava seu jeito carinhoso. Mas minha obsessão pelo namoro me levou a fechar os olhos e ignorar qualquer laço amigo.
Comecei a conversar com a Evelyn pela internet, eu havia estudado dois meses na mesma sala que ela e só depois de um tempo fomos conversar direito. Confesso que eu era louca pela sua vida, seu orkut e seu fotolog. Nos encontramos, saímos, fomos atacadas pela Turma da Mônica e foi o começo da dupla mais inseparável do momento. Carne e unha, metade da laranja, alma gêmea, lado a lado. Praticamente passavamos todos os fins de semana juntas! Nas minhas experiências mais bizarras, ela estava do meu lado. Éramos amigas do Bruno, íamos no parque e faziamos besteiras, coisas erradas. Ela começou a namorar e cada vez mais sumia. E só não sumiu porque não sumiu mas não é mais como antes.
Então conheci a Marilia através do orkut de um conhecido (colega? amigo?). Eu não a perdi ainda.
Hoje, tenho contato com quase todas. Não tenho mais amizade de antes, do jeito que eu queria...as vezes eu as vejo, as vezes faço uma confissão, as vezes dou risada. Sempre "as vezes". Tenho algumas em que confio mais, mas nenhuma que se compare ao que essas meninas foram pra mim. Porque eu estou acostumada a ser "trocada", que as tirem de mim ou que simplesmente elas vão embora. Já me disseram que isso acontece porque sou possessiva, porque não tenho paciência, etc. E eu só acho que elas foram porque foram. Não as culpo e sei que algumas estão aqui ainda. Eu as amo. e enfim, o motivo de eu estar escrevendo tudo isso, é porque estou sentindo que minha atual amiga mais próxima está indo também...e pelo mesmo motivo. Outra pessoa.

domingo, 7 de setembro de 2008

Meu Chão

Chão, esse chão que você já ficou deitada, se retorcendo de dores internas e chorando sem parar, deixando o chão levemente molhado. Esse mesmo chão que você dançou as piores músicas ou suas músicas preferidas, semi-nua, sem ninguém ver. O chão em que seu antigo namorado passou muitas vezes, das vezes que ele estava ao seu lado, das vezes que ele pixava seu guarda-roupa e sua porta. E também esse chão que aquele encontro casual foi presenciado, em que você prefere esquecer, como tentou esquecer aquele dia...que no final você só conseguia tropeçar. Todo mundo pisou naquele dia, aquela galera que fingia fazer um trabalho e que na verdade só estava rindo e fazendo piadas. Que você brincou de Barbie, montou histórias e fez casinhas. O chão que você se agachou para vomitar e sentir tudo indo embora, finalmente. Você também se ajoelhou nesse chão, pra pedir a Deus, em desespero. Chutou, quebrou, arrebentou, amou, pulou e talvez dormiu.
Esse chão. Meu chão, em que foram feitas tantas coisas. Por enquanto, não vou sair daqui.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

ETC

Eu começo achar tudo isso muito estúpido quando paro pra pensar. Porque parar pra pensar, pra mim, é parar pra viver. nós vivemos ligando tudo no piloto-automático e só nos damos conta do que estamos fazendo quando pensamos. Algumas pessoas quase nunca pensam, outras pensam de vez em quando e o resto pensa o tempo todo, como é meu caso, que ultimamente por não ter nada melhor pra inventar, fico pensando, inventando pensamentos, hipóteses e coisas do gênero.
O caso é que tudo começa a ser muito idiota: o sonho que eu tive que é algo improvável, a "provinha" de matemática em que eu não sabia nada e fiquei muito puta porque ninguém ao menos me passou uma colinha. (me alivia o fato da aula de sociologia me fazer tão bem, por eu entender e associar tudo que o professor diz). A merda daquela escola em que 50% deviam queimar no inferno, 20% cuidarem das suas vidas, 20% mudarem sua personalidade porque ainda vejo esperança que uma mudança os tornem melhores e o resto fique como está, porque já está de bom tamanho. As pessoas que me incomodam que não tem a minima relevancia na minha vida e acho que poderiam sumir que eu ia adorar. Na forma como as pessoas são burras pra subir a escada rolante de um metrô, se empurrando e não fazendo algo inteligente como uma fila ou sei lá, qualquer coisa menos idiota que tentar um lugar. Minha mãe que agora deu a loca de miar o show quando estou com o ingresso na mão, fazendo eu chegar pela centézima vez no trabalho chorando, não pelo show, mas por toda a irritação que minha rotina está fazendo com minha cabeça. A menina que eu vi no metrô que a vista parecia puro estilo, mas a forma como ela rebolava e se mexia deu pra notar que ela se produziu e que estava se achando por isso e tirou todo encanto que ela poderia ter (do que eu to falando?). Sem contar aquelas babaquices que eu penso todo o dia que acabam na minha auto-satisfação, se é que você me entende.
Enfim, acho tudo isso uma droga e pensei hoje mesmo que eu deveria enfiar minha vida no rabo mesmo, pelo menos eu sofro alguma emoção. Mas nem ânimo e paciência pra isso eu tenho!
Pra acabar meu dia, vejo um cara com sindrome de down misturado com alguma retardamento, sei lá e aquilo me pareceu tão triste e eu me senti uma merda por reclamar de tudo isso sendo que tem gente na pior. Odeio egoísmo, odeio. E isso me deixa mais irritada ainda.
Queria fugir pra outro país, porque eu amo essa cidade e só trocaria por um lugar fora desse país mesmo. Se eu tivesse uma "vida nova" (que tosquera, clichê), as coisas poderiam começar de novo e nossa, é inimaginável.
Mas por enquanto, eu só quero uma coisa que está bem longe de mim por enquanto, ou pra sempre mesmo e enquanto nada acontece eu vou continuar achando a mesmice e a rotina umas filhas da puta e procurando meios de ficar mais feliz.