sábado, 24 de outubro de 2009

Nem tudo é o que parece ser



O filme O Sorriso de Monalisa além de exibir uma das maiores estrelas do cinema e ter um caráter de filme em meio-termo "popular", tem uma temática absurdamente interessante.
Mostra como influências da mídia, sociedade e até seus antepassados, podem passar por cima das próprias vontades e a própria personalidade. Não percebemos, mas a liberdade de expressão atual, por exclusivo entre mulheres, avançou mais do que nunca ou, por que não?, até demais.
O American Way of Life vivido antes da crise de 29 e, depois da recuperação, nos anos 50, mostrava uma espécie de maquete, uma manual da vida perfeita: Mulheres que deveriam ser estudiosas no colégio, se portarem com educação, etiqueta, sobreviver a todos os imprevistos que tendem a frustração, após a escola com uma vasto conhecimento finalmente...se casar! E passar o resto de suas vidas cuidando da família e marido. A família perfeita, crianças saudáveis, estudiosas e coradas, maridos trabalhadores, apaixonados e maduros. E, claro, a mulher sempre feliz por ter deixado seus conhecimentos nos corredores do colégio.
Quem não segue a risca, não tem bons olhos. É a rejeitada, a que não recebeu a proposta de casamento e ficou para "titia". Ou senão, a promíscua, que nada mais era a mulher com pensamentos progressistas e que pensava que casamento não é tudo, carreira é importante e amores podem ser encontrados ao longo da vida.

E a intenção mais importante da personagem principal do filme é abrir a cabeça dessas mulheres, não se prenderem aos padrões que são impostos, ver além, ver o mundo, observar um quadro como se observa um pequeno brotão abrindo e ao mesmo tempo uma grande onda no mar bravo.
Abrir fronteiras.

Tudo isso me fez um paralelo com a atual escola em que estudo.
Você é a sua nota. A sua colocação.
Não existe vida inteligente fora das universidades mais conceituadas, a inteligência depende do seu desempenho, independente de qual talento você tenha guardado.
E se meu futuro estiver em um ateliê em que eu venda obras de artes por aí? Ou se meu potencial está guardado e não depende de onde estudo para que eu obtenha sucesso?
Claro que, pelo menos em mim, existe a gana de estar em boas faculdades (o que parece que estou me contradizendo) mas isso não deve ser um rótulo para todos os estudantes do mundo. Há tantas mentes brilhantes por aí! E há tantos filhinhos de papai que só estão nas boas escolas por pressão familiar, onde no fim o único resultado é o diploma pendurado na parede.

Isso está dito.

Tudo que é dito é para "levantar a moral" mas vemos o quanto o esforço de alguns é apenas para garantir sua aparência naquele pequeno mundinho de 4, 5 andares.
O quanto as coisas são relativas. Seu esforço para uns é admirável e dentro do pequeno mundo nunca é o bastante.

De longe critico a didática, de longe reclamo por estar naquele lugar, pelo contrário, agradeço por ter essa oportunidade.
Mas não vamos negar, não vamos ser hipócritas, não vamos deixar de reparar que a lista dos melhores alunos da segunda série é sustentar essa imagem.

Existem fronteiras que podem ser quebradas, basta enxergar um milímetro além. Não é tirar o pé daquela escola e sim do que sua cabeça projeta como padrão.
Existem cérebros muito mais inteligentes do que os próprios donos pensam.

O cérebro que é um mistério.
Quem garante? Quem sabe o que se passa?

Assim como o sorriso de Monalisa.

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