sábado, 23 de maio de 2009

Eu quero
sentar na beira de uma janela com as pernas encolhidas contra o peito.
O dia ensolarado e frio.
Com a minha blusa de lã mais surrada que acabei de acordar, as pernas nuas que eu esfrego pra esquentar quando uma corrente de ar passar.
Ele vai chegar vestindo blusa de moletom e a bermuda que eu gosto, com uma caneca grande de café que fez para mim, e sentar ao meu lado.
Vamos olhar até onde os olhos alcançarem, veremos formas nas nuvens, em silêncio, vamos nos encostar e só deixar o vento e a respiração falarem.
Logo, mediremos todo nosso esforço e veremos o quanto valeu a pena aquelas noites mal dormidas, aquelas dores no corpo sem tempo de corrigir, os dias sem se ver, as horas que passaram e mal olhamos no relógio.
Dominaremos os segundos a nosso favor. E riremos da nuvem que parece um jacaré.

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