domingo, 11 de maio de 2008

"Ainda somos os mesmos e vivemos...

Era uma adolescente muito linda, rosto fininho, queixo bem meigo e sempre se queixou das suas pernas que com certeza - como toda jovem - uma que teria as pernas mais grossas gostaria de ter como a dela. Mentia para seus pais quando ia pra danceteria dizendo que ia na festa de aniversário de um fulano. Seu pai um dia pediu pra que avisasse pra onde iria e não ficar indo em festas de quem ele nem sabia quem era. Ela parou de mentir. Dançava, dançava, dançava e como dançava! Era inocente até uma certa época, primeiro beijo aos 15, uma ingênua ousadia. Sabia ter limites, nunca precisou de nada para ser feliz e se divertir nas noites com as amigas, só bastava ser ela mesma. Tinha raiva de certas meninas que não prestavam mas conseguia ter boas e cativantes amigas. Trabalhava, namorava ou tinha casinhos, estudava. Namorou por muito tempo a distância, cartas, paixãozinha até terminar por conta do cara do metrô. Que veio a ser namorado, seu noivo, seu marido. Curtiu seu casamento a sós por cerca de quase 5 anos, até chorar por descobrir que não estava grávida. Decidiu ficar de vez e assim gerou um bebê, que não sabia o sexo, por 9 meses. Quando ela saiu, através da cesária, mesmo dopada de remédio ria sem parar por saber que era realmente uma menina! uma menina! O primeiro contato foi fácil, mamou logo de primeira, sem complicações...foi aqui começou uma nova relação de amor, amizade e companheirismo. Brincavam, cantava canções de ninar, lia gibis e ensinava as cores. Foi assim, uma familia até os 8 anos da pequena, a partir dai o pai foi embora e só restaram as duas. O contato com o pai não era tão grande, e a filha se apegou muito mais a mãe, tinha ciúmes, inventava namorados, causava alguns acidentes. Ela foi muito forte, passar por tudo aquilo nao era fácil. Fazer a pequena filha enteder a situação sem ter que usar as palavras de repugnância que se passavam pela sua cabeça e coração. As vezes, ela tomava atitudes que se arrependia, como isso, ela é só uma criança...mas dói tanto, o que fazer? Elas cresceram juntas, essa fase passou e logo começou: a criança virou adolescente. Beijou, começou a sair, conhecer gente nova, até namorar sério. No começo parecia bem, houve coisas que assustavam mas tudo ok! uma pena que nao sucedeu assim e foi mais outra barra a segurar, quase sempre sozinha, ver a filha cega e sem rumo e sem conseguir interferir. Mais uma vez, a fase passou vindo mais um monte que talvez nunca pare. Mas ela é forte, ela agora sabe conversar melhor, ela ama muito sua filha. Ela se orgulha dela, ela gosta do companheirismo e morreria para salvar sua vida. Talvez se precipite algumas vezes mas além de mãe, ela é mulher, humana. O que importa é que no final, tudo acaba bem. Final? Nao existe final, e se fosse só rosas até seria chatinho. Um dia ela vai sentir falta do histerismo daquela menina. Enquanto ela pode, ela cuida da sua pequena-grande cria.

Mãe, olha o quanto eu sei da sua vida. Mesmo que o que eu mais queria saber, é o que passa pela sua cabeça as vezes. Isso não importa agora, eu só te agradeço tudo que você faz por mim (comecei a chorar agora), tenho MUITO orgulho de ser sua filha. E voce nao acredita as vezes, mas eu adoro te ver sorrindo e quero que você seja muito feliz, realizando teus sonhos. Obrigada hoje e sempre por estar ao meu lado. EU TE AMO DEMAIS, MÃE. muito mesmo.

...como os nossos pais"

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