domingo, 27 de fevereiro de 2011

tão eu

No fim,
dramatizando um pouco
é assim:
para rir
precisa bater
para bater
precisa ser fraca
que se entrega
e fecha os olhos
e esquece
e voa
vai pra longe
alta e seca.

No fim,
a cama está emaranhada
fria
a cabeça se confunde
na fragilidade de um corpo que tanto sacia
mas que tanto suplica
e não sabe
só exclama
e pula
e vibra
e procura
e sorri
ao toque.

No fim,
não sobraram
as estrelas de fevereiro
só escuridão
porque pulou
subiu pelas paredes
deu um sorriso cínico
e um até mais tarde.

No fim,
um bloco que se estende por uma avenida
de uma alma que nasceu numa sexta-feira de carnaval
e não sabe o que fazer
e não sabe onde ir
mas sorri
e ri falsamente
mas sorri sinceramente
porque (você vai rir)
o estômago pula.
(nem entendi direito)


No fim,
a chuva cai
na véspera de um aniversário
indeciso
sozinha
sóbria
tentando salvar
o que ainda resta
de bom da alma
nem que seja
pra pular na festa da carne humana.

tão eu, tão eu, tão eu, tão eu...

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