quinta-feira, 8 de julho de 2010

não falem mal do amor

Não cometam este pecado. Pecado, quando digo, não está agregado a visões cristãs ou de morais burguesas no sistema em que nos colocaram. Não cometam este pecado contigo mesmo, com seus sentimentos. O amor está elevado a tal plano transcendente que não cabe a você ir até o mesmo e lhe difamar as tuas injúrias.
A culpa não é dele. É sua.
Não confudam amor com os relacionamentos mal-resolvidos. Se ali houve o amor, que lá deixe permanecer, nas folhas de papel que amarelam com o tempo, nas fotos que perdem cor, no histórico da lembrança, no tato da memória. Deixem o amor lá...
Não o traga a tona agora, não diga que ele veio em hora errada. Não o culpe pelos desentendimentos. Culpe o que foi feito de errado e não o amor.
Não! Amor tens a tua mãe, ou a teu pai, avôs, família. Não estrague o sentimento que leva a título "amor" com comparações. É em nome desse pulsar que alguns de nós estamos vivos hoje. Alguém nos amou e nos deu a mão. Um bombeiro tem amor, não amor a pessoa que salva mas pela vida. Não pela vida da pessoa, mas o que representa vida e o que não pode desperdiça-la. E vocês ainda cospem no amor...
Afinal, não deem nomes ao amor. Ele não é paixão, não é carinho, não é carência, não é cativo, não pressiona, não te obriga a tornar-te responsável, não é temporário, não é definitivo mas é sempre eterno...Fica nos olhos. Na alma. Nas marcas. Memória.

E mesmo que nenhuma pessoa tenha lhe dado a mão, e nunca você ter estendido a ninguém, se vives num casulo tão apertado e pequeno, e gosta de vibrar dizendo que é tão auto-suficiente que não precisa de amor:

se ainda não pegou a navalha e cerrou teus pulsos é porque deves amor a ti mesmo.
de uma, duas, vertentes e paradoxos: nos faz vivo.
porque esse não devia ter nome. devia ser sentido, elevado, respirado, transpirado, cocegueado o íntimo, dedilhado os poros. talvez, assim, se sentisse melhor e não diria tantas coisas deste...estado de espírito. Desse arrepio, dessa voz que contamina e irradia luz no quarto.

que amo,
o anti-nomeado.
(amor!)

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